Sistemas de automação residencial que controlam de fechaduras a eletrodomésticos ficam mais acessíveis
Geladeira com acesso à internet, ar-condicionado que regula a temperatura de acordo com o clima, dispositivo para controlar o consumo de energia. Com tantas novidades no mercado de automação residencial, o cenário do desenho animado futurista “Os Jetsons” não parece tão longe da realidade.
Por Júlia Zaremba para a Folha de S. Paulo
Está cada vez mais fácil transformar um imóvel em uma “casa inteligente”, com sistemas eletrônicos integrados, acionados por meio de tablet ou smartphone.
“Em cinco anos, os preços das tecnologias caíram, e a demanda cresceu”, diz José Robe. Muratori, diretor-executivo da Aureside (Associação Brasileira de Automação Residencial e Predial).
Segundo ele, qualquer casa pode ser automatizada, mas, para instalar estruturas com cabos, como é o caso de algum equipamentos de sonorização de ambiente, pode ser preciso fazer reformas.
“É recomendado pedir um projeto prévio para a empresa de automação. A partir dele, são retiradas as informações tanto para o pessoal que executa a obra como para quem vai cuidar da montagem e da programação”, diz.
2. LUZ INTELIGENTE
A intensidade de iluminação de um ambiente pode ser controlada por um dispositivo eletrônico. Em alguns sistemas, é programada para acender e desligar em determinados horários, de acordo com a rotina do morador
3. CÂMERAS DE SEGURANÇA
As imagens podem ser vistas a distância, pelo celular, em tempo real. Alguns modelos enviam notificações para os moradores com fotos sempre que alguém entra ou sai de casa
4. CLIMATIZAÇÃO
O aparelho de ar-condicionado é ajustado para ligar e desligar em determinados horários. Além disso, é possível programar ajustes de temperatura ao longo do dia. Alguns se autorregulam de acordo com o clima. O morador também pode acioná-lo a distância, através de um dispositivo eletrônico
5. HOME THEATER
Funciona como um centro multimídia da casa, no qual dá para ver filmes, ouvir música e até acessar a câmera de segurança da entrada. A diferença para o convencional é a integração com o restante da casa. Além disso, com o sistema, os vários controles remotos são substituídos por apenas um dispositivo
6. ELETRODOMÉSTICOS
Aparelhos como a máquina de lavar e o fogão podem ser controlados por um tablet ou celular e até programados para ser ativados quando o morador chega em casa. Além disso, alguns modelos de geladeiras já têm telas com aplicativos e acesso à internet
Mesmo com a popularização do mercado, o investimento para a instalação ainda é alto. De acordo com empresas consultadas pela Folha, os preços começam a partir de R$ 1000 e podem superar os R$ 200 mil, dependendo do pacote.
Esse é um fator que pode explicar a baixa porcentagem de “casas inteligentes” no país, menos de 1% do total, segundo dados da Aureside.
Entre as tecnologias mais populares no Brasil estão os equipamentos de segurança, de controle de temperatura e de luz. “As pessoas estão valorizando mais a iluminação. possível criar diferentes ambientações e, além disso, economizar”, afirma Muratori.
A redução na conta de luz é um dos três fatores que levam as pessoas a instalarem sistemas inteligentes, de acordo com pesquisa realizada pela consultoria GPK. Os outros dois motivos são a segurança e o entretenimento.
Para a administradora de empresas Priscila Cosentino, 27, o que pesou na decisão de automatizar seu apartamento, na zona norte de São Paulo, foi a praticidade. “Posso sincronizar músicas do meu celular nos .modos e ligar’ a casa toda com apenas um aparelho”, conta.
As obras para a instalação e a reestruturação da parte elétrica foram realizadas em abril de 2013. Ela não revela quanto gastou na adaptação.
DESAFIOS
As “casas inteligentes”, no entanto, ainda têm desafios para superar. Um deles é o risco de invasão por hackers, aponta Rodrigo Filev, professor de ciência da computação do Centro Universitário FEI. “Pode acontecer se o sistema não estiver seguro. São novos riscos da modernidade”.
Para Marcos Freitas, coordenador do Instituto Virtual Internacional de Mudanças Globais, a falta de estabilidade das redes elétricas e a baixa qualidade da intemet também são entraves: “Tecnologias mais evoluídas podem demorar a chegar por isso”.
A Electrolux lançou um ar-condicionado com wi-fi que pode ser controlado de qualquer cômodo da casa através de um smartphone ou tablet. Também permite que o usuário programe os dias da semana e horários em que o aparelho deve ser ligado. Pode ser comprado a partir de R$1.559,00
O produto da empresa We Think Innovation mede o consumo de energia da casa e permite que ele seja verificado em qualquer dispositivo com acesso à internet, através de uma plataforma própria. O valor é de cerca de R$600,00 para medir quatro circuitos elétricos.
O sistema da empresa Hayden é composto por uma central de aspiração e por uma tubulação embutida nas paredes que conecta as tomadas da casa à central. O valor de instalação em um imóvel de 150 m² é de cerca de R$7.000,00.
A SBUS Automação desenvolveu um modelo de sensor inteligente com doze funções. Entre as principais, a detecção de presença e a medição da temperatura e da iluminação de um ambiente. O valor é de R$ 1.694,00.
O Fibaro, da distribuidora Munddo, é um sistema que permite o controle de toda a casa através de um smartphone ou tablet. Um dos diferenciais é a possibilidade de realizar tarefas programadas a partir da posição do GPS do usuário. Pode ser comprado a partir de R$4.990,00.
O Kit Room, da empresa Domófica MyWay, é composto por dois itens: um interruptor de parede sem fio que se comunica com os módulos de iluminação da casa e um sistema de sonorização. O valor total é de cerca de R$1.600.
Fonte: Folha de S. Paulo
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