A frase “It’s the economy, stupid” ganhou notoriedade em 1992 na campanha eleitoral de Bill Clinton para presidente nos Estados Unidos. A popularidade dos políticos sobe ou desce de acordo com o andamento da economia. Se vai bem, o presidente é excelente. Já, se vai mal, o apoio despenca. A economia, como se sabe, é cíclica e um dos instrumentos para impulsioná-la ou retardá-la são os juros pagos pelo Banco Central ( Selic ). Não cabe aqui dizer se o governo deveria ou não ter este poder, mas pelo fato de a maioria dos economistas serem de formação keynesiana, este instrumento é muito usado. A taxa de juro básica do Brasil chegou a 7,25% ao ano, artifi cialmente, em 2012. Após a reeleição da presidente Dilma, a mesma foi a 14,25%. A consequência disto foi a redução brusca do ritmo econômico , o que acabou nos levando para uma das piores crises de nossa história. Claro que para esta queda ter acontecido tivemos diversas outras decisões completamente equivocadas no campo fi scal e econômico. Como consequência, já contabilizamos 14 milhões de desempregados, empresas em difi culdade fi nanceira e queda de mais de 8% do PIB nos últimos três anos. Porém, no atual momento, a curva de juros se inverteu. Após a entrada do ministro Meireles, a queda de juros tem sido em média de 0,75% a cada reunião do Copom. Obviamente, o que possibilitou esta redução foi um conjunto de fatores, notoriamente a aprovação da PEC do teto dos gastos públicos. Os juros não são a causa, como muitos acreditam, e, sim, a consequência. Segundo diversos estudos, o tempo que a queda dos juros leva para surtir efeito na economia real é de dois trimestres. Um exemplo disso são os juros para a construção civil que já voltaram para a casa de um dígito. No fi nal do ano, teremos uma Selic entre 8 e 9% ao ano, segundo o boletim Focus do Bacen. Portanto, em breve começaremos a sentir resultados mais efi cazes em todos os setores da economia provenientes a esta redução. Afi nal, “são os juros, estúpido”!
JORNAL TUDO BH
SETEMBRO 2017
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